domingo, 7 de março de 2010

1968 – Pedia esmola e deixou bens avaliados em 100 contos…

A Capital de 9 de Março de 1968, noticia que «faleceu no hospital de Arganil a Sra. Laurinda do Nascimento Madeira, de 73 anos, solteira, que vivia sozinha, na Rua José de Melo F. Bulhões. Era mais conhecida pela Laurinda da Padeira por ser filha de Maria Padeira. Figura de certo modo popular e muito estimada, vivia de esmolas. Há 3 dias adoeceu gravemente e deu entrada no Hospital da Santa Casa da Misericórdia, onde os médicos não conseguiram, porém, salvá-la. Qual não foi, todavia, a surpresa da direcção do hospital quando teve conhecimento de que a mulher havia legado cerca de 100 contos de bens ao mesmo hospital. Pedia esmola para deixar um legado aos desprotegidos da sorte».

In A Capital nº 17, de 09-03-1968, 1º ano de publicação, 2ª Série, p. 9

Os 100 contos legados por esta senhora correspondem actualmente a cerca de 500 euros. Na altura, porém, tinham um apreciável valor, já que com essa importância se poderiam comprar, por exemplo, duas viaturas ligeiras ou uma ambulância para o Hospital, pelo que é de louvar esta doação.

Um exemplo que nos dias de hoje será difícil de ver.

Hoje os pobres recebem Rendimento Mínimo Garantido, usam telemóveis, vão até ao café todos os dias, almoçam fora de casa, fumam o seu sigarrito.

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